De
acordo com Freire, (1996)
“Não há docência sem
discência. A reflexão crítica sobre a prática se torna uma
exigência da relação teoria/prática, sem a qual a teoria pode
virar pura falácia e a prática ativismo. Segundo o autor o
formando desde o início de sua formação precisa assumir-se como
sujeito também da produção do saber. Ele precisa se convencer de
que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades
para sua construção ou sua produção.
Para
o autor a educação autêntica não se faz de A para B, ou seja,
aprendemos uns com os outros interagindo, construindo juntos, afinal
de contas o homem é um ser social. O professor nesse modelo, passa
de produtor absoluto do conhecimento a mediador do ensino. Os alunos
agora vistos como pensadores, que se expressam livremente. Não são
recipientes vazios que precisam ser enchidos. O autor fala também da
importância do professor ser um guia ao lado, ou seja, de maneira
interativa buscar o ponto de vista do aluno para intervir e interagir
com o grupo.Neste sentido o estudante não está mais sozinho na
condição de ser apenas receptor, mas trabalha em grupo e com isso
há o estímulo à criação, ao diálogo, a colaboração e a
resolução de problemas, criando assim uma aprendizagem
colaborativa e autêntica.,como deveria acontecer nos fóruns de de cursos online.
Sendo
assim é importante o professor buscar formas de aprimorar a sua
prática, pois Freire fala que “Quando entro em uma sala de aula
devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às
perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e
inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho”. O professor
precisa ser autônomo em sua práxis , não pode servir-se apenas do
discurso teórico, mas sobretudo externar o que é concreto na
construção do conhecimento que que levará ao aluno para que sua
prática não se torne ilegítima.
A
inquietude que incomodava Anísio Teixeira sobre os professores do
amanhã, deve ser a de cada um de nós. Para o autor seria
necessário apreender as novas tecnologias e romper com o tradicional
para que a educação não ocorresse de maneira aleatória a
revolução científica. Em pleno século XXI o professor de hoje
ainda não está preparado para lidar com a tecnologia, assim como os
professores da era Anísio Teixeira não estavam preparados para
lidar com o rádio, a televisão, cinema e a imprensa como ferramenta
educativa, ou seja, em muitos casos a tecnologia chegou mas a
metodologia continua a mesma, onde o professor só transmite o
conhecimento ao aluno de forma passiva .
Se
não mudarmos o nosso olhar enquanto professor, não poderemos mudar
comportamentos e atitudes.Não é só fazer uso da tecnologia de
forma passiva, mas como possibilidade de mudança real.Percebo isso claramente quando me coloco no mesmo patamar, por exemplo: no curso de Licenciatura em Pedagogia percebi que por ser um curso à distância quase não houve interação e participação nos fóruns,chats de forma ativa, salvo nas disciplinas que pediam isso como forma de avaliação. Mesmo com tantas ferramentas disponíveis que permitem a nossa colaboração e participação para a construção de múltiplas aprendizagens, daí a importância de se mudar de atitude, tanto do aluno, quanto do professor. De acordo com
Silva (2003) essa “mudança quer dizer cibercultura”. Para que
aconteça o rompimento com o tradicional estático, para o dinamismo
da interatividade, resinificando assim a prática docente.
Para
mudar esse paradigma, o autor fala que é preciso participação
coletiva, interferir,modificar a mensagem, participar cocriar.
Comunicação dialógica, multidisciplinaridade, que supõe redes
articuladas de conexões . “ O professor não transmite ele propõe
o conhecimento (... ) criando sínteses (inter) e para além (trans).
Em
fim o professor de hoje precisa aprender a utilizar as novas
tecnologias como ferramenta de apoio a aprendizagem, para que mesmo
quando se fizer uso dessa ferramenta ele não apenas transmita o
conhecimento, mas que possibilite o diálogo entre as diversas
culturas em rede; com a participação coletiva dos mais
diversificados tipos de informações,de textos e autores
interligados, como o hipertexto, o que amplia as ferramentas por ele
utilizadas. em benefício da educação quebrando assim barreiras
nunca antes previstas.
Referências
bibliográficas:
FREIRE,Paulo,
Pedagogia da autonomia: Saberes necessários á prática educativa
– São Pauo: Paz e terra, 1996 < Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/56809/freire-paulo-pedagogia-da-autonomia-saberes-necessarios-a-pratica-educativa>
acesso em 08 de fevereiro de 2016
TEIXEIRA,
Anísio, Mestres do Amanhã< disponível
em:http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/96/98>
acesso em 08 de fevereiro 2016
SILVA, Marco. De Anísio Teixeira à Cibercultura: Desafios para a Formação de Professores: ontem, hoje e amanhã.Boletim Técnico do SENAC, 2003. <Disponível em:http://www.senac.br/BTS/293/boltec293c.htm> acesso em 08 de fevereiro de 2016
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa tarde Dorcelina!
ResponderExcluirRealmente os professores precisam redimensionarem suas práticas à realidade atual, pois muito se tem discutido sobre as novas formas de comunicação que o avanço da tecnologia proporcionou. O fórum como uma dessas novas formas tem sido utilizado permitindo que os alunos participem compartilhando suas experiências, atuando como autores e co-autores, informando e informando-se. Como ferramenta que auxilia a construção dos conhecimentos dos alunos facilitando a interação entre eles, o fórum deve ser incorporado nas práticas docentes de todas as escolas. Pois diante dos avanços tecnológicos e o fascínio que as novas formas de comunicações despertam nas crianças e jovens da atualidade não cabe mais nas instituições de ensino, a permanência de uma pedagogia onde os alunos apenas recebem as informações que precisam decorar para passar de série, o que eles querem é participar de forma ativa no seu aprendizado.Quando o autor Anísio Teixeira escreveu seu texto Mestres do amanhã, ele não conheceu a forma tão dinâmica da comunicação da atualidade, mas pode-se dizer que se preocupou a respeito de como seria a atuação do professor no futuro diante das tecnologias de sua época, pois esse autor refletia quanto à pedagogia da transmissão e a falta de preparo dos mestres em relação ao uso das ferramentas de comunicação. “Os meios modernos de comunicação fizeram do nosso planeta um pequenino planeta e dos seus habitantes vizinhos uns dos outros.” (Teixeira 1963)
Concordo com a visão de Anísio Teixeira,a tecnologia nos aproxima, daí a necessidade de diálogo e interação nos ambientes virtuais, se não a comunicação fica empobrecida. Há uma necessidade urgente de mudança e para isso o professor precisa criar o hábito de se comunicar via web, por chat, e-mail,redes sociais, blogs entre outros.
ExcluirÉ preciso também, que as instituições de ensino se preparem para investir na formação continuada de seus professores para atuarem nas salas de aulas com os fóruns, blogs, redes sociais, etc. Pois para a superação da pedagogia da transmissão à educação online exige preparo e olhar atento dos mestres ao conhecimento da cultura digital de seus alunos.
ExcluirEsse é o ponto Elizana, ensinar exige preparo, por isso Freire nos ensinou que "não há docência sem discência, segundo o autor ensinar só é possível quando se aprende e vice-versa. Quando eu ensino eu também aprendo. Então é preciso inquietar-se ante o ato de ensinar, que não é só transferir conhecimento, mas eu tenho que exigir de mim mesmo rigorosidade metódica para produzir condições propícias ao aprendizado do meu aluno."Ensinar a pensar certo".Como eu vou ensinar a pensar certo se eu não for aquele pesquisador inquieto, inquiridor diante da minha tarefa? Ser crítico,saber construir ,saber intervir. Para isso eu preciso aprender também diante do que o novo me propõe, buscar novas formas de ensinar,renovar, reciclar diante da oferta que a cibercultura nos oferece para superar a pedagogia da transmissão.
ResponderExcluirVerdade Dorcelina, a cibercultura promove superar a pedagogia da transmissão, pois a cibercultura estimula trocas de experiências e possibilidade ao aluno participar do próprio conhecimento de forma ativa. Isso portanto, promove cada vez mais nestes alunos, o interesse pelo uso das ferramentas de comunicação.
ExcluirNa cibercultura a oferta de informações e a possibilidade de interagir, estimula os alunos a se envolverem mais na construção do seu conhecimento. Por isso, o professor deve redimensionar sua prática potencializada com o uso dos fóruns na sala de aula, não apenas apresentar atividade e os alunos responderem, mas estimular a participação ativa deles, autoria e disponibilizar conteúdos de aprendizagem variados neste ambiente virtual.
ExcluirSegundo a concepção de aprendizagem construtivista de Jean Piaget e L.S Vigotsky, é estruturando o universo que o sujeito se estrutura, o sujeito conhece na interação e não na recepção passiva do ditar e falar. Por isso o professor deve usar estratégias que estimulem os alunos a resolverem problemas coletivamente e com autonomia, reagir as colocações dos grupos , dialogar , esclarecer, dar a sua opinião, agregar. Interferir nas diferentes etapas do trabalho. Deixando transparecer sua opinião sobre o assunto.
Excluir