terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O professor  André Azevedo da Fonseca  lembra aqui que Paulo Freire é mais estudado, utilizado e influente nas universidades mais inovadoras do mundo, como Harvard, Stanford e Princeton, do que nas escolas brasileiras, onde a sua pedagogia raramente é estudada e aplicada. Ele escreveu um artigo para demonstrar como é fácil verificar isso: http://www.brasilpost.com.br/andre-azevedo-da-fonseca/serie-de-videos-explica-p_b_7684470.html segundo ele as escolas brasileiras são o contrário do que Freire propõe: autoritárias, mecânicas e habituadas a não relacionar os conhecimentos escolares com o mundo. Paulo Freire foi exilado, seus livros foram proibidos no Brasil e em seguida ele foi convidado para ministrar aulas em Harvard. Por isso ele é influente por lá. Ele foi o principal crítico das escolas brasileiras e por isso que para o pesquisador não tem sentido acusá-lo do contrário do que ele é. Naturalmente, aqueles que querem alunos passivos, subservientes e incapazes de pensar criticamente não gostam de Paulo Freire. Não é à toa que ele foi também o primeiro educador a denunciar o peso da doutrinação ideológica nas escolas - que se empenham para produzir alunos que automatizam os slogans da ideologia hegemônica.

Capítulo 1.1 - Ensinar Exige Rigorosidade Metódica - Pedagogia da Autono...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

De acordo com Freire, (1996) “Não há docência sem discência. A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação teoria/prática, sem a qual a teoria pode virar pura falácia e a prática ativismo. Segundo o autor o formando desde o início de sua formação precisa assumir-se como sujeito também da produção do saber. Ele precisa se convencer de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção ou sua produção.
Para o autor a educação autêntica não se faz de A para B, ou seja, aprendemos uns com os outros interagindo, construindo juntos, afinal de contas o homem é um ser social. O professor nesse modelo, passa de produtor absoluto do conhecimento a mediador do ensino. Os alunos agora vistos como pensadores, que se expressam livremente. Não são recipientes vazios que precisam ser enchidos. O autor fala também da importância do professor ser um guia ao lado, ou seja, de maneira interativa buscar o ponto de vista do aluno para intervir e interagir com o grupo.Neste sentido o estudante não está mais sozinho na condição de ser apenas receptor, mas trabalha em grupo e com isso há o estímulo à criação, ao diálogo, a colaboração e a resolução de problemas, criando assim uma aprendizagem colaborativa e autêntica.,como deveria acontecer nos fóruns de de cursos online.
Sendo assim é importante o professor buscar formas de aprimorar a sua prática, pois Freire fala que “Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho”. O professor precisa ser autônomo em sua práxis , não pode servir-se apenas do discurso teórico, mas sobretudo externar o que é concreto na construção do conhecimento que que levará ao aluno para que sua prática não se torne ilegítima.
A inquietude que incomodava Anísio Teixeira sobre os professores do amanhã, deve ser a de cada um de nós. Para o autor seria necessário apreender as novas tecnologias e romper com o tradicional para que a educação não ocorresse de maneira aleatória a revolução científica. Em pleno século XXI o professor de hoje ainda não está preparado para lidar com a tecnologia, assim como os professores da era Anísio Teixeira não estavam preparados para lidar com o rádio, a televisão, cinema e a imprensa como ferramenta educativa, ou seja, em muitos casos a tecnologia chegou mas a metodologia continua a mesma, onde o professor só transmite o conhecimento ao aluno de forma passiva .
Se não mudarmos o nosso olhar enquanto professor, não poderemos mudar comportamentos e atitudes.Não é só fazer uso da tecnologia de forma passiva, mas como possibilidade de mudança real.Percebo isso claramente quando me coloco no mesmo patamar, por exemplo: no curso de Licenciatura em Pedagogia percebi que por ser um curso à distância quase não houve interação e participação nos fóruns,chats de forma ativa, salvo nas disciplinas que pediam isso como forma de avaliação. Mesmo com tantas ferramentas disponíveis que permitem a nossa colaboração e participação para a construção de múltiplas aprendizagens, daí a importância de se mudar de atitude, tanto do aluno, quanto do professor. De acordo com Silva (2003) essa “mudança quer dizer cibercultura”. Para que aconteça o rompimento com o tradicional estático, para o dinamismo da interatividade, resinificando assim a prática docente.
Para mudar esse paradigma, o autor fala que é preciso participação coletiva, interferir,modificar a mensagem, participar cocriar. Comunicação dialógica, multidisciplinaridade, que supõe redes articuladas de conexões . “ O professor não transmite ele propõe o conhecimento (... ) criando sínteses (inter) e para além (trans).
Em fim o professor de hoje precisa aprender a utilizar as novas tecnologias como ferramenta de apoio a aprendizagem, para que mesmo quando se fizer uso dessa ferramenta ele não apenas transmita o conhecimento, mas que possibilite o diálogo entre as diversas culturas em rede; com a participação coletiva dos mais diversificados tipos de informações,de textos e autores interligados, como o hipertexto, o que amplia as ferramentas por ele utilizadas. em benefício da educação quebrando assim barreiras nunca antes previstas.

Referências bibliográficas:

- A autoria do professor interativo:Atentar para as interações 1e 2 http://saladeaulainterativa.pro.br/moodle/mod/book/view.php?id=1597&chapterid=54>acesso em 08 de fevereiro de 2016

FREIRE,Paulo, Pedagogia da autonomia: Saberes necessários á prática educativa – São Pauo: Paz e terra, 1996 < Disponível em:

A Pedagogia da Transmissão Disponível em :< http://graduacao.cederj.edu.br/ava/pluginfile.php/191011/mod_resource/content/4/Superando%20a%20Pedaggia%20da%20Transmiss%C3%A3o.pdf> Acesso em 08 de fevereiro de 2016

SILVA, Marco. De Anísio Teixeira à Cibercultura: Desafios para a Formação de Professores: ontem, hoje e amanhã.Boletim Técnico do SENAC, 2003. <Disponível em:http://www.senac.br/BTS/293/boltec293c.htm> acesso em 08 de fevereiro de 2016